Começa por não haver ônibus no dia 09 para chegarmos até Punta Arenas. Tem ônibus para chegar até Rio Grande todos os dias, mas de Rio Grande até Punta Arenas só tem às sextas e às segundas-feiras.
Resumindo, teremos que ficar em Ushuaia um dia a mais. Falaremos com Javier se tem quartos disponíveis em sua pousada, Família Piatti.
Outra providência que teríamos que tomar é a de entrar em contato com a pousada de Punta Arenas e informar que chegaremos um dia além do combinado.
O maior dos problemas é o cartão de débito/crédito do Santander, que não há meios de passar em nenhum estabelecimento. Nenhum. Nem no caixa do próprio Santander daqui.
Pois bem, Javier nos trouxe o café as 10:00h, conversamos um pouco e ele nos ofereceu uma carona até a cidade, já que ele desceria de qualquer maneira. Tomamos o café e fomos juntos para tentar resolver todos os problemas.
O primeiro obstáculo que tentamos resolver foi o do cartão. Tentamos sacar dinheiro no Banco da Patagônia, as primeiras mensagens eram de que não era possível sacar o que queríamos, por ser uma quantia muito alta, além do limite de saques dos caixas eletrônicos. As outras mensagens eram de que havíamos selecionado uma conta inválida ou a senha estava errada. Tínhamos certeza da senha e da conta.
Fomos a outro banco, o Banco de La Nación, tentamos e as mensagens eram as mesmas, só não tentamos mais porque havia pessoas esperando para utilizar o caixa. Devia ser dia de pagamento também, pois havia uma fila enorme que saía do banco e ocupava meia quadra na calçada.
Finalmente, tentamos na própria agência do Santander. Primeiramente explicamos nosso problema para uma atendente, ela nos disse que o banco daqui nada poderia fazer, pois o santander de cada país é um banco diferente. Tentamos nos caixas eletrônicos dentro do Santander, e nada. Apesar de aparecer na tela o nome do correntista, na hora de tentar sacar a bufunfa, aparecia a mensagem dizendo que a conta era inválida ou a senha estava errada. Enfim, para nós, a palavra Santander já se tornou um palavrão.
Descontentes e preocupados com o resto da viagem, fomos tentar resolver a ida para Punta Arenas.
No caminho da pousada para a cidade, no carro de Javier, perguntamos a ele se teria lugar na pousada para ficarmos mais um dia, ele disse que sim. Ficamos um pouco mais tranquilos quanto à hospedagem deste dia em Ushuaia.
Nos dirigimos para uma agência de turismo, esta ficava no final da rua San Martin, uma das ruas principais da cidade. Andamos mais ou menos umas 9 quadras, aproveitamos para tirar mais algumas fotos da cidade, olhar lojinhas, restaurantes, etc. Ao chegar à agência a atendente, muito simpática, nos disse que eles não vendem passagens para Punta Arenas, e que a única agência que vende é a agência que ficava a 9 quadras para trás.
Pois bem, voltamos as 9 quadras, tirando fotos, olhando lojinhas, restaurantes, etc. os bombeiros voluntários permaneciam com seus protestos, sirenes, batucadas e buzinadas, eles estão de parabéns, já são quatro dias sem sair da frente da prefeitura. Chegamos à agência e pedimos passagens para Punta Arenas para sexta feira dia 10 de maio. Não houve problema algum, salvo que já não havia mais lugares juntos. Quanto a isso tudo bem, o importante é chegar lá. Compramos as passagens.
Tentamos ainda uma cabine telefônica, já que aqui não existe telefone público, para tentar ligar gratuitamente para o Santander e reclamar do não funcionamento do cartão. A tentativa foi em vão, precisávamos de um telefone fixo. Retornamos para casa caminhando para pedir o favor de usar o telefone fixo da pousada, isto é, da casa de Javier.
Ao chegar na rua da nossa pousada, uma fotinho do lindo pastor alemão, já nosso amigo. E a gorda risadinha veio novamente nos receber. Ela nos recebe todos os dias, e desta vez eu a peguei gargalhando.
Como sempre, Javier nos ajudou mais uma vez nos emprestando seu telefone. Célia ficou nada mais nada menos do que 2:00h falando (escutando gravações, músicas...) com os atendentes do santander.
O primeiro atendente é daqueles que nem precisariam ter. O cara ficou chutando o que poderia estar acontecendo, erro na senha, erro na maquininha dos 10 estabelecimentos que tentamos, erro nos caixas, sistema fora do ar, etc. Após uns 40 minutos, fomos atendidos por um suporte nível 2. Por que será que o santander não manda logo embora estes suportes nível 1? Eles nunca resolvem nada, sempre nos enviam para o nível 2. Perfeitamente perceptível a mudança de nível, só pela conversa já dava para notar que a atendente do nível 2, realmente tinha um nível 2. Atendeu muito respeitosamente, anotou tudo e se prontificou a resolver o problema. No total, 2:00h de telefone, enquanto Javier precisava ver algumas coisas com um amigo que o estava esperando. Acabou que Javier nos deixou dentro de sua casa, usando o telefone, confiou em nós, agradecemos muito por isso Javier.
Enquanto Célia falava ao telefone, Javier me ofereceu uma cachaça do Brasil, um amigo lhe trouxe de presente. A cachaça, fabricada em Pedra Alta-MG, era envelhecida em barris de carvalho por 25 anos. Excelente, melhor que whiskye. Nesse meio tempo, eu fiquei acariciando o cãozinho de Javier, o Fido, que na verdade é de Bianca, filha de Javier. Fido é bem parecido com um poodle, tem mais ou menos 1 ano. Em uma distração minha, ele comeu minha calça e fez alguns furos nela. Tudo bem, é apenas um chiquitito.
Depois de uma estressante conversa telefônica, fomos para nossa cabana para enviar um email para a Betty, proprietária da pousada de Punta Arenas. Enviei o email e ficamos atualizando o blog. Não passaram nem 10 minutos e veio a resposta do meu email. "Sem problemas Ronaldo, lhe esperamos no dia 10 de maio". Ficamos tranquilos com a hospedagem em Punta Arenas e com as passagens que já estavam compradas, só ficamos sem saber se o cartão iria funcionar no dia seguinte ou não.A única coisa que ainda poderíamos fazer, era enviar um email para a ouvidoria do santander. Fizemos isso.
Javier tem sido muito legal conosco, ele é uma pessoa muito culta e prestativa. Vira e mexe e ficava conosco em nossa cabana conversando sobre a economia dos nossos países, a roubalheira estampada da Cristina Kirchner e eu metendo o pau no Lula e na Dilma. Falamos muito de futebol e resolvi dar-lhe de presente a minha camisa oficial do Brasil, ela estava bem velhinha mas o que vale é a intenção. Desta forma, já que ele planeja ir à copa de 2014, quando a Argentina sair da copa, ele poderá torcer para o Brasil.
Ao sairmos para fumar meu cigarrinho em frente ao nosso quarto, e, como quem gosta de animais os atrai, apareceu um monstrão muito lindo e alegre para me fazer ainda mais feliz. Um São Bernardo muito legal, babão e super contente da vida.
Não queríamos descer para a cidade novamente e então resolvemos pedir algo por delivery. Javier nos recomendou um sanduíche, disse que era muito bom e muito grande, que apenas um daria para os dois. Não arrisquei e pedimos um para cada um. Realmente o lanche era muito bom, mas não tão grande. Tanto que Célia comeu o dela inteiro e eu com esperança de sobrar metade do dela. Enfim, cada um comeu o seu e ficamos satisfeitos. Junto com o lanche tomamos um vinho, não tão bom mas deu para degustar.
Infelizmente, as fotos do sanduiche e do vinho eu apaguei por engano.
Fomos dormir, amanhã é aniversário da Célia, teremos o dia em Ushuaia, ainda não sabemos o que vamos fazer, amanhã contamos tudo.
Hasta la vista!
Esta sendo uma viagem fantástica.Tem a vossa cara.Palmer
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